O capítulo de número 2 da Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil começa com a seguinte afirmação:
Cremos, professamos e ensinamos que Deus é o Supremo Ser, Criador do céu e da terra: “Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu” (Is 45.18); que Ele é o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo [...] (Jo 20.31); que Ele é Espírito doador e mantenedor de toda a vida [...] (Jó 33.4); que Ele é o único Deus verdadeiro [...] Jo 17.3) e não há outro além dEle [...] (2019, p. 31).
Portanto,
os pentecostais são monoteístas, creem que há apenas um Deus, o Pai de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Esse
ensino foi e continua sendo um dos pilares da fé judaico/cristã. Os judeus
desde cedo aprenderam o Shemá, a oração registrada em Dt 6.4. Ali encontramos o
imperativo de um verbo hebraico que significa “ouvir, obedecer”, o qual inicia
o versículo que se tornou, ao longo dos séculos, a confissão de fé dos judeus:
“Ouve, Israel, o Senhor, nosso
Deus é o único Senhor”. A
cláusula final também pode ser entendida como “o Senhor é um”.
A
Declaração de fé ensina sobre os atributos naturais de Deus, ou seja, de que
Deus é espírito, eterno e, por isso, nunca teve começo, princípio e nunca terá
fim. Esses ensinos estão fundamentados em textos como Jo 4.24, 5.26, Dt 33.27 e
Êx 3.14. De igual modo, aprendemos que Deus é invisível, uma vez que Espírito
não se compõe de matéria, não tem carne nem osso, pois é substância imaterial e
invisível. Portanto, nenhum ser humano jamais o viu e nem o pode ver.
Deus
é imutável. Esse atributo natural de Deus deve nos levar a refletir
profundamente a respeito da concepção que fazemos de Sua Palavra, bem como, de
Suas promessas.
Dos
atributos morais, talvez o mais conhecido seja o de que Deus é Santo; nenhum
outro atributo divino é tão ressaltado em todas as páginas das Escrituras.
Todavia, Deus é amor e, por isso, apesar de sermos pecadores, uma vez redimidos
por Cristo, ele se relaciona conosco por meio do Espírito Santo.
Em
seguida, nossa Declaração de Fé traz uma abordagem sobre os atributos de poder
e sobre o nome “Deus”. Quanto ao poder, Deus é onipotente, onisciente e
onipresente. Essas são perfeições exclusivas de Deus e caracterizam a sua
grandeza e infinitude. Como onipotência entendemos que o poder de Deus é
ilimitado (Lc 1.37); não há coisa impossível para Ele, ainda que sua vontade
seja determinada por sua natureza santa e justa.
Deus
conhece todas as coisas necessárias ou contingentes que acontecem, aconteceram,
acontecerão e que poderiam ou não acontecer. E é justamente por causa desse
conhecimento, que podemos afirmar que Deus é onipresente. Portanto, não se
trata de um simples panteísmo, em que Deus esteja presente em todos os lugares
e em todas as coisas criadas.
Quanto
aos muitos nomes e títulos de Deus revelados nas Escrituras, ensinamos que são
inerentes à sua natureza e que revelam suas obras e seus atributos.
O tópico seis (06) desse capítulo sobre Deus, traz breves ensinos sobre as obras de Deus. A Bíblia ensina que o universo foi planejado por Deus antes de ser criado. Planejamento, origem e manutenção de todas as coisas no céu e na terra envolvem governo e preservação de toda a criação. Em Ef 3.11 o apóstolo Paulo escreveu: “Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Deus trouxe tudo à existência a partir do nada e de maneira instantânea, pela
sua livre e soberana vontade. Assim, os decretos divinos são o plano eterno e
imutável de Deus, claramente revelado na Bíblia Sagrada. E eles dizem respeito
à vontade e ao propósito de Deus, desde a criação, a encarnação do Verbo e a
eleição de Jesus como Salvador. Deliberações absolutas nascidas do desígnio do
Deus Trino na eternidade que independem da ação humana ou de qualquer outro ser
no Universo.
O
governo divino não exclui a liberdade humana, mas seus propósitos não podem ser
frustrados (Jó 42.2). Trata-se, pois, de um dos paradoxos da fé.
Você
acredita que há somente um Deus verdadeiro e que Ele criou os céus e a Terra e
tudo o que existe?
Dessa
forma, cremos que o universo e a vida não são produtos de uma evolução, como
alguns cientistas afirmam, ou o resultado da explosão de uma partícula.
Os
ensinos equivocados a respeito de Deus, do Senhor Jesus e do Espírito Santo,
exigiram da Igreja desde cedo uma definição sobre o assunto. Os principais
credos iniciam declarando que Deus é o Criador de todas as coisas no céu e na Terra.
Trata-se de um resumo de tudo o que se vê de Gênesis até Apocalipse. Era uma
resposta aos diversos conceitos errôneos a respeito de Deus.
Hoje
o contexto em que vivemos exige uma resposta similar, pois são muitos os nossos
desafios.
Se
cremos que há somente um Deus, não poderíamos dizer coisas tais como: o deus
deles, o nosso Deus é maior que o deles. Ele não é maior, nosso Deus é único (doutrina
monoteísta); nosso Deus é um (doutrina da Trindade).
A
doutrina sobre Deus é vasta. Nenhum teólogo jamais conseguiu ou conseguirá
esgotar o tema, uma vez que Deus é Espírito eterno e infinito.
Sole Deo Gloria
PS: antigo “Cremos”:
Em um só Deus, eternamente
subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder,
glória e majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de
todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de
maneira especial, os seres humanos, por u ato sobrenatural e imediato, e não
por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; Hb 11.3 e Ap
4.11).