Nossa declaração de fé é esta: cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo, escrita para a humanidade e que o Senhor Jesus Cristo chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de Deus”, que os livros da Bíblia foram produzidos sob inspiração divina: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil” (2 Tm 3.16 – ARA) (2019, p. 25).
Toda (grego pas): a expressão pode ser traduzida como todo, tudo ou cada. Assim, a inspiração das Escrituras é plena, total. O vocábulo grego, aqui traduzido por “inspirada por Deus”, ou “divinamente inspirada”, corresponde a um único vocábulo grego: theopneustos.
Esse
vocábulo ocorre apenas uma vez em toda a Bíblia e é formado pela junção de
outras duas palavras: Theos – “Deus”, e pneo – “respirar”,
“soprar”.
Enfatizamos que a Bíblia foi respirada ou soprada por Deus mesmo e, é exatamente isso, que a distingue de qualquer literatura que já tenha sido escrita ou que ainda o será. Sua origem é divina e seus escritores falaram e registraram as palavras sob inspiração verbal e plenária do Espírito Santo de Deus (cf. 2 Pe 1.21).
As Escrituras formam o registro
da revelação divina sob a influência do Espírito Santo, que penetra até as
profundezas de Deus.
É preciso ressaltar também que não existe, na
Bíblia, um livro que possui mais inspiração que outro; todos possuem o mesmo
grau de inspiração e o mesmo nível de autoridade.
Diante disso, temos a convicção de que a Bíblia é a
nossa exclusiva fonte de autoridade espiritual. A doutrina basilar da fé cristã
crê e ensina que a Palavra de Deus escrita é a única regra de fé e prática para
a vida dos seguidores de Jesus.
Inspirados por Deus, os escritores bíblicos viveram: “numa região e numa época da história e cuja cultura influenciou na composição do texto. Esses homens não foram usados automaticamente; eles foram instrumentos usados por Deus, cada um com sua própria personalidade e talento” (2019, p. 26). Nesse sentido, a obra “Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal”, corrobora com essa afirmação, ao ensinar que:
Apesar do mistério que ronda o modo como Deus fez com que sua palavra fosse fiel sem destruir a liberdade e a personalidade dos autores humanos, existem algumas coisas que ficam muito claras. Os autores humanos não eram simplesmente secretários que anotavam algo que estava sendo ditado a eles; a sua liberdade não foi suspensa nem negada. Eles não foram autômatos. As suas palavras correspondiam ao seu desejo, no estilo em que estavam acostumados a escrever. Na sua providência, Deus promoveu uma concordância divina entre as palavras deles e as suas (1996, p. 222).
Nós adotamos o Cânon Protestante que contém 66
livros. Ele está classificado em duas partes: Antigo e Novo Testamento. O
Antigo Testamento contém 39 livros e o Novo contém 27 livros.
Os 66 livros da Bíblia são divinamente inspirados. Os escritores sagrados foram os receptáculos da revelação, ou, como disse o apóstolo Pedro: “homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”.
A Bíblia que Jesus
e seus apóstolos usavam era composta de livros independentes, não encadernados
em um único volume, e era formada pela Lei de Moisés, os Profetas e os
Escritos, essa terceira parte é encabeçada pelos Salmos.
Eles
receberam os oráculos divinos de forma especial, exclusiva, única e milagrosa.
Ninguém mais, além deles, foi usado por Deus dessa maneira específica.
Acreditamos e ensinamos que o propósito das Escrituras é revelar o próprio Deus e, por conseguinte, expressar a sua vontade à humanidade, notadamente, àqueles que o servem. Enquanto cristãos, cremos que o Senhor Jesus Cristo é o centro das Escrituras, conforme ele mesmo declarou aos discípulos a caminho de Emaús dizendo: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44).
Assim, entendemos que a Bíblia ensina tudo o que necessitamos saber sobre Deus
e a nossa salvação; com isso afirmamos a suficiência das Escrituras e,
portanto, não há necessidade de outra revelação. Dito de outra maneira, “não
necessitamos de uma nova revelação extraordinária ou pretensamente canônica
para a nossa salvação e o nosso crescimento espiritual” (2019, p. 29).
A Palavra de Deus tem o poder de destruir as
fortalezas do inimigo de nossas almas (2 Co 10.4,5) e de penetrar no mais
íntimo do coração humano (Hb 4.12). O Senhor Jesus derrotou a Satanás usando o
poder das Palavras Escritas de Deus (Dt 8.3; 6.16; 6.13; 10.20; Mt 4.4, 7, 10).
Dessa forma, para os pentecostais a Bíblia constitui-se na:
[...] mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus Cristo. Nós a interpretamos sob a orientação do Espírito Santo, observando as regras gramaticais e o contexto histórico e literário (2019, p. 29).
Se quisermos ter comunhão com Deus, nosso Pai, precisamos recorrer continuamente à Palavra de Deus.
Soli Deo Gloria